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ter, 24 de Novembro

quinta-feira, 18 de maio de 2017

CONTO DE PORTUGAL





Ribeira de Lucefece





Estávamos em 1340. Portugal já tinha conquistado todo o seu território aos mouros, mas o rei de Castela D. Afonso XI, casado com a D. Maria, filha do rei português D. Afonso IV, estava ainda em guerra com os mouros, que continuavam a avançar.

D. Maria sugeriu ao marido que o seu pai o poderia ajudar. Foi assim ter com ele a Évora onde estavam reunidas as cortes portuguesas. Mas como D. Afonso IV não gostava do sogro, porque lhe tinha chegado aos ouvidos noticias de que ele não tratava bem a sua filha, recusou-se a dar ajuda ao rei de Castela.

D. Maria partiu de Évora com o coração destroçado. A noite já se aproximava e D. Maria decidiu mandar assentar arraiais perto de Terena, junto a um afluente da margem direita do rio Guadiana, para aí pernoitarem. No dia seguinte, quando surgiram no horizonte os primeiros raios de sol, chegaram ao acampamento dois emissários – do D. Afonso IV que pediram para falar com D. Maria.

- Sim, que quereis? – Perguntou-lhes D. Maria

- O senhor vosso pai manda dizer que esteve a pensar no que vós lhe dissestes e que decidiu ajudar o senhor vosso marido na luta contra os mouros.

O coração de D. Maria rejubilou. Ergueu as mãos ao céu e disse:

- Louvado seja o senhor, pois ouviu as minhas orações! Aqui mesmo neste lugar, mandarei erguer uma capela a que chamarei Capela de Nossa Senhora da Boa Nova. E a esta ribeira darei o nome de Lucefece, pois fez-se luz ao meu pai.

In, PEREIRA-MÜLLER, M. Margarida, “Contos e Lendas da Lusofonia”, Sintra, Colares Editora, 2010

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