D. Maria sugeriu ao marido que o seu pai o poderia ajudar. Foi assim ter com ele a Évora onde estavam reunidas as cortes portuguesas. Mas como D. Afonso IV não gostava do sogro, porque lhe tinha chegado aos ouvidos noticias de que ele não tratava bem a sua filha, recusou-se a dar ajuda ao rei de Castela.
D. Maria partiu de Évora com o coração destroçado. A noite já se aproximava e D. Maria decidiu mandar assentar arraiais perto de Terena, junto a um afluente da margem direita do rio Guadiana, para aí pernoitarem. No dia seguinte, quando surgiram no horizonte os primeiros raios de sol, chegaram ao acampamento dois emissários – do D. Afonso IV que pediram para falar com D. Maria.
- Sim, que quereis? – Perguntou-lhes D. Maria
- O senhor vosso pai manda dizer que esteve a pensar no que vós lhe dissestes e que decidiu ajudar o senhor vosso marido na luta contra os mouros.
O coração de D. Maria rejubilou. Ergueu as mãos ao céu e disse:
- Louvado seja o senhor, pois ouviu as minhas orações! Aqui mesmo neste lugar, mandarei erguer uma capela a que chamarei Capela de Nossa Senhora da Boa Nova. E a esta ribeira darei o nome de Lucefece, pois fez-se luz ao meu pai.
In, PEREIRA-MÜLLER, M. Margarida, “Contos e Lendas da Lusofonia”, Sintra, Colares Editora, 2010
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