Há muito, muito tempo, reinava um monarca muito mau e perverso de quem o povo nada gostava.
O rei vivia aterrorizado pois sabia que não era amado pelo povo e que poderia ser morto a qualquer momento.
Um dia, mandou chamar todos os sábios do reino e pediu-lhes uma droga que o tornasse eterno.
Os sábios procuraram e procuraram a erva desejada mas não havia meio de a encontrar. Até que o mais ancião de todos se lembrou que na sua juventude se dizia que não longe dali, na montanha de Kuen Sun, vivia uma deusa, tão bela como o sol, que aspirava a imortalidade em nuvens de perfume, numa floresta de pessegueiros. Cada árvore levava milhares de anos a crescer e só dava um fruto de três em três mil anos.
Esse fruto era maravilhoso: quem o comesse ficaria não só eterno como iria conhecer o amor puro.
O monarca não teve, porém tempo de confirmar toda esta história, porque morreu antes de poder ir a Kuen Sun, mas o pessegueiro espalhou-se por toda a China e é hoje o símbolo do amor verdadeiro.
PEREIRA-MÜLLER, M. Margarida, “Contos e Lendas da Lusofonia”,Sintra, Colares Editora, 2010
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