Eis um excerto de uma história narrada na primeira pessoa pela Fabiana Vieira, aluna do 9ºB onde a realidade e o fantástico se cruzam numa sintonia que a todos inspira.
Katie
“Minha mãe, Aline, contou-me que quando nasci tinha a pele lisa e fofa e muito poucos cabelos. Lembra-se também de me ver a dormir, muito sossegada, por entre muitos cobertores cor-de-rosa. Ela falou-me também de uma frase que o meu pai disse e que, até hoje, ainda não percebi: “Agora sim, somos uma só pessoa!” É uma frase que me confunde sempre.
Em todas as descrições de tempos passados, ela, quando tem que falar de meu pai, fala sempre com ternura e um certo brilho nos olhos. Uma voz doce e meiga. Fala dele como se ele ainda existisse. É certo que, para ela, ele estará sempre vivo. Foi ela própria quem mo disse. Quem olhar para ela repara logo que ela é viúva, mas que ainda o ama. Diz que, mais tarde ou mais cedo, aquilo acabaria por acontecer.
Ela também me contou que a primeira palavra que eu disse foi “papá” e que foi dita no dia em que ele fez 21 anos. Nessa altura eu tinha um ano. Também comecei a andar nesse dia. (…)”
Fabiana
Patrícia Serpa Vieira
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