"Mal ouvi o barulho da porta a ser fechada, a minha extrema curiosidade fez com que eu corresse até lá e, de imediato, espreitasse pelo buraco da fechadura.
Era possível observar o pai dos deuses, Júpiter, que mantinha uma postura dura perante os filhos que se sentaram de maneira quase memorizada. Consegui ver Vénus, a que diziam ser a mais bela das deusas – não a meu ver – a cochichar algo no ouvido de Marte, o nobre deus da guerra, que se derretia aos encantos da amada. Baco, entretanto, permanecia com cara de poucos amigos, sentado no seu luxuoso assento – quase pobrezinho, quando comparado com o imponente trono de Júpiter, feito e esculpido com as mais brilhantes estrelas.
Um grande estrondo ensurdeceu-me, de repente. Júpiter dava início à reunião. Vénus e Marte separaram-se de imediato e procuram, aflitos, os respetivos aposentos.
Júpiter pigarreou um pouco, limpando a garganta, e começou o seu discurso que acabou por ser tão longo e enfadonho que quase adormeci com o olho pendurado na fechadura. Para minha alegria, uma voz diferente soa e volto a prestar atenção às palavras ecoadas dentro da grande sala. Nada de muito interessante era dito, até Marte bater com o seu bastão no duro e frio chão, claramente enraivecido.
Ouvi, atenta, até ao final do concílio as palavras por ele proferidas, mas como não podia ser vista ali, apressei-me a sair rapidamente para me esconder e, já que a fome começava a instalar-se no meu voraz estômago, fui à procura de algo verdadeiramente digno dos deuses. "
Maria Antónia, 9ºA
Sem comentários:
Enviar um comentário