Viver natural |
O Verão tinha chegado. No lago da quinta, as aulas de natação começaram com o habitual alvoroço. Os patos tinham de nadar bem e serem muito rápidos.
Os Patos e as suas Mães-Patas aguardavam na margem do lago que a professora chegasse. A Professora-Patareca, de pescoço bem esticado, olhou à sua volta e entrou, elegantemente na água. Atrás dela, foram os Alunos-Patos.
Uns alunos iam bem decididos, outros um pouco receosos, também havia alguns com pouca vontade de nadar e que bocejavam aborrecidos.
Porém, um dos Patos recusava-se a entrar na água. A Mãe-Pata bem se esforçava, empurrando-o, mas ele não conseguia.
A Professora-Patareca tentou igualmente que o Pato começasse a nadar. Mas sem resultado. Então, a mãe do Patinho explicou que o seu filho, embora fosse um pato e soubesse nadar bem, tinha medo de ir ao fundo e morrer afogado. E não conseguia entrar na água.
Os Professores-Patos reuniram-se para resolver o problema, consultaram as leis das aulas de natação e concordaram em deixar o Pato usar uma bóia, sempre que fosse nadar.
Enquanto os outros Patos nadavam para melhorar o seu estilo e serem mais rápidos, o Patinho ia tranquilamente pelo lago fora com a sua bóia, lutando contra o seu medo.
As Mães-Patas não gostaram muito do que viram.
Então o Patinho tinha uma bóia para nadar, enquanto os seus filhos tinham de se esforçar para atravessar o lago?! E iam todos ter o mesmo Diploma de Natação!?
A Professora-Pata bem lhes explicou que tudo estava a ser feito dentro da lei. O Patinho tinha direito a ter essa ajuda, para ultrapassar o seu medo.
As Mães-Patas não quiseram saber e, grasnando furiosas, destruíram a bóia.
O Patinho, com medo de ir ao fundo, não quis nadar mais. Mas os outros Patinhos, que eram seus amigos, ofereceram-lhe uma bóia nova.
Ele participou em todas as aulas e, com o tempo, foi perdendo o seu medo.
No final, também recebeu um Diploma de Natação, onde estava escrito o seguinte: “O Nadador-Pato participou com sucesso nas aulas de Natação, tendo usado uma bóia”.
As Mães-Patas resmungaram, mas ninguém lhes deu importância.
Obrigada Diana Felizardo
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