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ter, 24 de Novembro

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

POEMA DA SEMANA

O sapo


Não há jardineiro assim,

Não há hortelão melhor

Para uma horta ou jardim,

Para os tratar com amor.


É o guarda das flores belas,

da horta mais do pomar;

e enquanto brilham estrelas,

lá anda ele a rondar...


Que faz ele? Anda a caçar

os bichos destruidores

que adoecem o pomar

e fazem tristes as flores.


Por isso, ficam zangadas

as flores, se se faz mal

a quem as traz tão guardadas

com o seu cuidado leal.


E ele guarda as flores belas,

a horta mais o pomar;

brilham no céu as estrelas,

e ele ronda, a trabalhar...


E ao pobre sapo, que é cheio

de amor pela terra amiga,

dizem-lhe que é feio

e há quem o mate e persiga!


Mas as flores ficam zangadas,

choram, e dizem por fim:

- «Então ele traz-nos guardadas,

e depois pagam-lhe assim?» 


E vendo, à noite, passar

o sapo cheio de medo,

as flores, para o consolar,

chamam-lhe lindo, em segredo...
In Animais nossos amigos, Afonso Lopes Vieira

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