Contos da Selva
O papagaio nu
Era uma vez um bando de papagaios que vivia no mato.
De manhã cedo iam comer milho à quinta e de tarde comiam laranjas. Faziam um grande barulho com os seus gritos e havia sempre um papagaio de sentinela nas árvores mais altas, para ver se lá vinha alguém.
Os papagaios são tão traquinas como as lagostas porque abrem as espigas de milho para debicá-las e elas, depois, apodrecem com a chuva. E como ao mesmo tempo os papagaios são óptimos para fazer sopa os caçadores perseguem-nos a tiro.
Um dia um homem derrubou com um tiro um papagaio sentinela, o qual caiu ferido e ainda lutou um bom bocado antes de se deixar agarrar. O caçador levou-o para casa, para os filhos do seu patrão. Os meninos curaram-no porque o único ferimento que tinha era um pequeno golpe numa das asas. O papagaio curou-se mas ficou completamente manso. Chamava-se Pedrinho. Aprendeu a dar a pata , gostava de ficar no ombro das pessoas e com o bico fazia-lhes cócegas nas orelhas.
Vivia solto e passava quase todo o dia nas laranjeiras e nos eucaliptos do jardim. Gostava também de se meter com as galinhas. Às quatro ou cinco da tarde, que era a hora em que os donos da casa lanchavam, o papagaio entrava também na sala de jantar e subia pela toalha da mesa, com o bico e as patas, para comer...
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In Contos da selva, Horacio Quiroga
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