Arre, burro!
Quando a sua veloz motorizada
lhe demora a pegar
e começa a tossir e a espirrar,
o João não faz mais nada,
dá-lhe um grito, um berro, um urro:
- Arre, burro!
E pela rua fora,
bate-lhe a toda a hora,
com o boné,
como se fosse um chicote.
Por isso a gente que o vê,
inquieta,
supõe que a motocicleta
vai a trote.
E com espanto e desdém
diz que o João não regula bem.
António Manuel Couto Viana, Versos de cacaracá
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