"As rugas deviam simplesmente indicar o lugar onde os sorrisos estiveram."
Mark Twain
Aconteceu um ano no Zoo. Eu e a minha filha estávamos ao lado de uma avó e de uma menina com a cara toda pintalgada de sardas vermelhas e brilhantes. As crianças faziam fila, esperando que uma artista local lhes pintasse as caras, decorando-as com patinhas de tigre.
— Tu tens tantas sardas que nem há sítio para pintar — berrou um rapaz da fila. Envergonhada, a pequenita ao meu lado baixou a cabeça.
A avó ajoelhou-se ao lado dela. — Adoro as tuas sardas — disse ela.
— Mas eu não! — respondeu a menina.
— Bem, quando eu era pequena só queria ter sardas — disse ela, passando o dedo pelas bochechas da criança. — As sardas são lindas!
A menina olhou para cima. — A sério?
— Claro — disse a avó. — Diz-me lá uma só coisa que seja mais linda que as sardas.
A pequenita examinou atentamente a cara sorridente da velha senhora. — As rugas — disse meigamente.
Aquele momento ensinou-me algo a partir de então. Se olharmos os outros com os olhos do amor, não veremos defeitos. Apenas beleza.
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