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Certa vez, uma menina estava a brincar no jardim. Brincava sozinha porque nesse dia a mãe tinha muito que fazer. Só de vez em quando é que a olhava pela janela e ficava contente por ver a filha a brincar tranquilamente.
Nisto, o Sr. Ferreira e a esposa desceram ao jardim deles. A D.ª Ana trazia dois cestos e o Sr. Ferreira carregava uma escada, dirigindo-se ambos para a grande ameixoeira que tinham no jardim. A menina correu rapidamente para a vedação e ficou a vê-los.
— O que é que estão a fazer? — gritou, ao ver o Sr. Ferreira encostar a escada à árvore.
— Vou subir à árvore — respondeu o vizinho acenando-lhe com a mão.
— E depois?
— Depois vou colher as ameixas — retorquiu, e começou a subir a escada.
A D.ª Ana ficou em baixo a olhar.
— Tem cuidado! — gritou.
— Ele não cai — acalmou-a a menina. — E, se cair, a minha mãe leva-o imediatamente ao hospital no nosso carro. — Posso ir para a vossa beira? — pediu, e, de seguida, chamou a mãe em voz alta.
— Posso ir um bocadinho para o jardim da D.ª Ana? — perguntou quando ela apareceu à janela.
— A pequenita não incomoda? — perguntou a mãe.
— De maneira nenhuma! — exclamou o Sr. Ferreira.
Só então é que a mãe o descobriu em cima da ameixoeira.
A menina transpôs a vedação e começou imediatamente a ajudar a D.ª Ana, que apanhava as ameixas que caíam da árvore, mas tinha dificuldade em curvar-se.
— Espere, D.ª Ana, eu ajudo! — e apanhou rapidamente as ameixas todas.
Eram cada vez mais, pois o Sr. Ferreira não só colhia como também sacudia os ramos e fizera cair muitas. De seguida, ele desceu da escada com dois baldes cheios e despejou-os num cesto. Um destes já estava quase cheio também.
Colheram e despejaram, até encherem dois cestos. A D.ª Ana foi a casa buscar mais dois. Acabaram por encher quatro e a grande ameixoeira ficou sem frutos.
A menina ajudou a apanhar as ameixas que tinham caído.
— Muito obrigado! — disse o Sr. Ferreira no fim, ao levar os cestos para a cave com a ajuda da mulher.
A menina já não pôde ajudá-los porque os cestos eram muito pesados. O Sr. Ferreira pegava num lado e a mulher no outro, esbaforida.
No fim, o Sr. Ferreira tirou o porta-moedas do bolso das calças e quis dar algum dinheiro à menina.
— Deste-nos uma ajuda tão grande!
Mas a menina abanou a cabeça, passou rapidamente a cerca e regressou ao seu jardim.
— Muito obrigada! — gritou-lhe a D.ª Ana.
E a pequenita ficou contente ao ouvir aquilo.
À noite, quando a menina e os pais estavam à mesa a jantar, tocaram de repente à campainha.
A D.ª Ana entrou com um grande bolo de ameixa, redondo, fresco e com muito açúcar por cima. A menina ficou tão contente que, nessa noite, não comeu nem queijo nem fiambre, nem doce nem requeijão com ervas.
Só comeu bolo de ameixas.
Comeu ela e comeu toda a família.
E pouco sobrou, pois estava delicioso!
Rolf Krenzer, Freue Dich auf jeden Tag
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